domingo, fevereiro 10, 2008

Sob o Sol de Watts

Ele parou de se mexer, e meus olhos ardem de tanto olhar pra luz.
Calma, eu vou contar por quê:
Eu estava sentado em frente ao computador pensando sobre qual seria o tema do post de hoje. Exatamente quando eu concluí que não tinha nada sobre o que falar, um inseto entrou no meu quarto. Pequeno, de uma cor verde exatamente igual à de uma folha.
Como era perigoso ele ficar aqui dentro, eu saí do meu quarto, fechei a porta e fui até a cozinha, pegar um copo para colocá-lo dentro.
Quando eu voltei, ele havia entrado dentro da minha luminária, á procura do de que ele havia vindo buscar: luz.
E ele entrou e não conseguia mais sair, e eu me senti inútil por não poder fazer nada. Eu apagava a luz e ele continuava lá, eu mexia na luminária e ele não percebia, afinal, ele não sabia que eu tentava ajudá-lo.
E eu me impressionei em como nós somos iguais aos insetos, e como Deus (ou Alá, a força da natura, nossa mente ou seja lá em que força superior você acredite) sempre tenta nos ajudar e nos avisar das coisas que fazemos e não sabemos que são erradas, mas nós não percebemos, porque, como o inseto verde, nós simplesmente não sabemos que estão erradas e não percebemos como eles estão do nosso lado apagando e acendendo a luz para que a gente perceba que o que a gente acha que é Sol na verdade é uma lâmpada fluorescente em um abajur.
Ele agonizava, mas com certeza não sabia o porquê. E essa é hora em que fazemos todas as associações possíveis e você relaciona essa analogia ao que quiser: drogas, decepções amorosas, escolhas erradas, etc.
E é quando esse tipo de coisa acontece que eu sei que algo muito maior toma conta disso que chamamos de mundo, e sempre tenta nos avisar dos nossos erros, e sempre se entristece quando ele percebe que, por natureza, nós não conseguimos ouvir o que ele (ou ela, ou aquilo) diz.

E ele ficou lá, agonizando por um bom tempo, até que eu percebi que ele parou de se mexer, e meus olhos doem de tanto olhar pra luz.

3 comentários:

Marcus Vinícius Fróes disse...

Sempre penso nisso, mas sempre pensou que eu posso ser um complexo de golgi ou uma mitocôndria dentro de uma célula que se chama mundo que faz parte de um corpo, que se chama galáxia... É uma pensamento estranho de pessoas que usam entorpecentes, ou que não passam bem, mas eu deixo você ser o retículo endoplasmático rugoso, e tudo bem, se quiser ser o liso, também.

Anônimo disse...

A classica teoria do dedão de Deus, ou das formiguinhas que andam daqui até o centro de São Paulo com um outdoor nas costas...

Marina disse...

Pensar nisso me faz sentir culpada.

Assim que eu aprender a mexer nesse blog, eu vou te 'adicionar aos favoritos'
:)