segunda-feira, março 24, 2008

Para que eu leia

Eu estou com medo que não dê tempo de fazer tudo o que eu tenho pra fazer e espero que o tempo não me desepere.
Estou tentando absorver ao máximo toda a cultura, toda a informação e todo o conhecimento que me é oferecido.
Mas é demais, e eu descobri que eu não dou conta.
Descobri que querem que a gente saiba, no mínimo, o básico de todo o conhecimento que existe no mundo há milhares de anos e que o nosso futuro depende disso.
As pessoas estão achando a subjetividade bonita, e a pressa também.
Eu só tenho medo. Medo de escolher errado, de amar errado, de viver errado, de usar meu tempo pras coisas erradas.
Admito, estou sentindo falta de uma namorada e quero me livrar rapidamente de minha tão comum falta de atitude.
A minha sorte de hoje do ORKUT me disse que eu sou uma pessoa culta. É, quem sabe, mas eu acho que estou lendo demais, e talvez não esteja vivendo.
E realmente queria que as pessoas entendessem que eu as quero muito mais bem do que elas pensam, e que o muro onde vivo é feito de isopor (maldita subjetividade bonita!), e que tudo o que eu tenho de incomum é tão comum como camisetas rosas da Billabong.
Queria talvez que as pessoas percebessem que as olho com carinho, e não com seriedade, e que eu muitas vezes falo sozinho.
Queria que entendessem meu amor por certas coisas e minha repulsa por outras, queria escrever um livro, dirigir uma peça, ganhar xícaras grandes e o box de DVDs da Alice e não ter nunca mais que acordar cedo.
Talvez no caminho da dedicação não haja espaço pra sorte, mas quem liga? Muitos de nós já escolhemos ele faz tempo.
Como todos sabem, eu não sou fodão, não tenho olho baixo e nem vou a baladas. Uso boina e colete mesmo, fazer o que, né? Sou laranja, tenho uma tatuagem e o cabelo ruim (é, eu sei). Sou um bom desenhista e um péssimo jogador (generalize ao máximo). Tenho boa parte minha nerd, sabe? Jogo videogame, já gostei de RPG e ainda acho mangá uma das formas mais bonitas de arte.
Ah! E não acredito em coisas como o fato da apresentadore de 6 anos do SBT ganhar R$20.000 por mês ou pessoas serem mortas em postos de gasolina.Mas é tudo realidade.
Eu sei que tem muita gente que não gosta de mim, mas isso também é tão comum...
Hoje eu já não sei o que eu quero fazer de faculdade, sabe?
E não faço idéia de como será o meu futuro.Eu tenho algumas opções, claro, como ser um cartunista famoso, com um filho que adora o trabalho do pai e sempre dá idéias novas para os gibis; ou quem sabe um diretor de sucesso, escrevendo peças e musicais que revolucionariam o teatro brasileiro; e até o escritor de um livro denso, que abordaria as maiores mazelas humanas, com uma foto minha com cara de safado na contracapa.
Besteira, utopias pessoais.
Eu tenho medo de morrer e odeio textos batidos de ORKUT e acho que os animais têm tanta vida quanto nós, portanto é ridículo máta-los apenas porque eles são diferentes e pequenos.
É, talvez eu seja tão complexo quanto um livro de colorir.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Texto do Créu - Postado por Renan Créu.

Dança do Créu
Mc Creu
Composição: Mc Créu

"-É créu!
É créu neles
É créu!
É créu nelas
Vãobora que vamo!
Vãobora que vamo!"

Prá dançar créu
Tem que ter disposição
Prá dançar créu
Tem que ter habilidade
Pois essa dança
Ela não é mole não
Eu venho te lembrar
Que são 5 velocidades...

Prá dançar créu
Tem que ter disposição
Prá dançar créu
Tem que ter habilidade
Eu venho te lembrar
Que ela não é mole não
Eu venho te falar
Que são 5 velocidades...

A primeira é devagazinho
É só aprendizado heim!
É assim oh:
Créééééééééééééééu...(3x)
Se ligou? De novo!
Créééééééééééééééu...(3x)

Número 2!
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu
Continua fácil né?
De novo!
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu...

Numero 3!
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu
Tá ficando difícil
Hein!
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu
Créu, créu, créu...

Agora eu quero ver na 4
Créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu
Tá aumentando mané!
Créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu
Créu, créu, créu, créu...

Segura dj
Vou confessar a vocês
Que eu não consigo a número 5
DJ, velocidade 5
Na dança do créu
Crééééééééééééééééééééééééééééu
Ahahahahahahahaha!
Crééééééééééééééééééééééééééééu
Ahahahahahahahaha!


Agora me diz: Porque essa letra é a letra mais procurada no site onde eu estava?
Porque as pessoas perderam completamente a noção das coisas.
Foi tanta informação, tanto conhecimento, tanta velocidade centrípeta e binômios que nós perdemos a referência do mundo.
Tudo bem, dançar isso é uma coisa, até porque é divertidíssimo chegar ao fim e ver seus melhores amigos chacoalhando como loucos. Agora, procurar a letra?
Digam-me: com qual finalidade? Por que as pessoas querem ler isso? Por acaso eles não entenderam a parte do "créu"? Ou pode ser a do "Crééééu" e talvez até a do "Créééééééééééééééééééu."
Sim, eu sei. Muita poesia para um texto só.
Além disso, o nome da música é a Dança do Créu composta pelo MC CRÉU! E as pessoas ainda procuram ler a letra!

É, só isso. Agora, me dêem licensa que eu vou procurar a cifra pra tirar uma versão acústica dessa música no meu violão...

domingo, fevereiro 10, 2008

Sob o Sol de Watts

Ele parou de se mexer, e meus olhos ardem de tanto olhar pra luz.
Calma, eu vou contar por quê:
Eu estava sentado em frente ao computador pensando sobre qual seria o tema do post de hoje. Exatamente quando eu concluí que não tinha nada sobre o que falar, um inseto entrou no meu quarto. Pequeno, de uma cor verde exatamente igual à de uma folha.
Como era perigoso ele ficar aqui dentro, eu saí do meu quarto, fechei a porta e fui até a cozinha, pegar um copo para colocá-lo dentro.
Quando eu voltei, ele havia entrado dentro da minha luminária, á procura do de que ele havia vindo buscar: luz.
E ele entrou e não conseguia mais sair, e eu me senti inútil por não poder fazer nada. Eu apagava a luz e ele continuava lá, eu mexia na luminária e ele não percebia, afinal, ele não sabia que eu tentava ajudá-lo.
E eu me impressionei em como nós somos iguais aos insetos, e como Deus (ou Alá, a força da natura, nossa mente ou seja lá em que força superior você acredite) sempre tenta nos ajudar e nos avisar das coisas que fazemos e não sabemos que são erradas, mas nós não percebemos, porque, como o inseto verde, nós simplesmente não sabemos que estão erradas e não percebemos como eles estão do nosso lado apagando e acendendo a luz para que a gente perceba que o que a gente acha que é Sol na verdade é uma lâmpada fluorescente em um abajur.
Ele agonizava, mas com certeza não sabia o porquê. E essa é hora em que fazemos todas as associações possíveis e você relaciona essa analogia ao que quiser: drogas, decepções amorosas, escolhas erradas, etc.
E é quando esse tipo de coisa acontece que eu sei que algo muito maior toma conta disso que chamamos de mundo, e sempre tenta nos avisar dos nossos erros, e sempre se entristece quando ele percebe que, por natureza, nós não conseguimos ouvir o que ele (ou ela, ou aquilo) diz.

E ele ficou lá, agonizando por um bom tempo, até que eu percebi que ele parou de se mexer, e meus olhos doem de tanto olhar pra luz.

sábado, fevereiro 09, 2008

Tirando a poeira.

Esse blog não está entregue as moscas. Pelo menos ainda não...
Só para atualizar mesmo, estou muito cansado para desenvolver qualquer assunto.
Acabei de acabar meu novo álbum do ORKUT. Foi um longo processo, mas valeu a pena (parece que eu acabei de ser eliminado do Amazing Race e estou dando meu depoimento final...).
De qualquer forma, vou dormir porque amanhã eu tenho aula cedo.
Não, eu ainda não estou bitolado a esse ponto. A aula é de Teoria Musical...

Bom, a gente se fala. Só não escrevo mais porque eu ainda tô de ressaca do Carnaval.
(essa é a hora em que vocês riem loucamente por associar Renan a Carnaval e ressaca.)

terça-feira, janeiro 29, 2008

"Acorda, menina!"

Prometo, é o último post sobre Televisão.

Mas acontece que eu fiquei sem reação ao assistir Mais Você hoje (sabe, o programa da Ana Maria Braga, aquela lá, do papagaio verde...)
Então, no momento em que eu liguei a televisão eu me deparei com a Ana Maria fazendo um duelo de piadas com o Louro José. Rídiculo, eu sei, mas até aí, sem problemas.
O que me deixou besta foi o que aconteceu a partir dessa piada:
- Louro José, o que é um pontinho vermelho na feira?
- (voz do Louro) Não sei, o que é?
-É um Caqui Pererê!
Sim, você deve estar pensando que chegamos ao ápice do rídiculo. Mas não.
Tolinhos...O problema é que, como a piada não tem nexo nenhum, a Diretora do programa a desconsiderou ao vivo, dando um ponto para o Louro José e fazendo com que ele vencesse o Duelo.
E não é que a Ana Maria ficou brava? Começou a falar que não ia mais brincar daquilo e mandou chamar os comerciais, chateada por ter perdido o Campeonato de Piadas com o Louro José.
Aí eu me pergunto: Qual é o problema dessas pessoas? Ela estava competindo com um fantoche! Com a mão de uma pessoa envolta em um boneco de espuma! Não tem problema você perder, principalmente quando você perde para um boneco inanimado que não tem capacidade de sair do murinho bege e com uma piada que, convenhamos, é vergonhosa de tão sem nexo.
Depois as pessoas se perguntam porque as donas-de-casa preferem o Programa concorrente. Ninguém merece ver Bial, Ana Maria e cia. tendo "pitis" em seus programas. Tudo bem, eles devem estar de saco cheio de apresentar sempre a mesma coisa (vide Bial dizendo há 8 anos: "Salve, nave Big Brother!"), mas isso não significa que eles precisam descontar em seus colegas (fantoches) de programa.

É, só queria dividir a minha indignação com vocês, e dizer ao Louro José para que ele não se chateie com as mudanças de humor repentinas da apresentadora, afinal de contas, isso só acontece porque ela sabe que ele é a grande estrela do show.

sábado, janeiro 26, 2008

A Rua-sem-saída

Segunda-feira, 13:45.
Essa é a história da Rua-sem-saída.
Muitos podem não acreditar, mas ela tinha vida própria.Tanto que, em uma tarde quente de verão, ela levou um carro para dentro dela, sem avisá-lo que ele nunca mais voltaria.
Acontece que o carro quebrou justamente quando estava na Rua, e não havia meio possível daquele motorista empurrar o carro ladeira acima. Ele simplesmente desceu do carro e coçou a cabeça calva.
Ah, você não sabia que a Rua-sem-saída era uma ladeira? Sim, e das mais íngremes e traiçoeiras. Dizem que, durante a noite, os moradores da rua ouviam baixinho seus risos, por ter conseguido mais uma presa.
Quanto ao motorista calvo, seu nome não interessa. O que interessa é que, justamente no momento em que ele olhava para os lados pensando em uma solução, uma das moradoras saiu de sua casa e viu a futura presa da Rua-sem-saída. Assustada, voltou para casa e olhou pela janela de sua casa o motorista perceber que seu celular havia perdido o sinal.
"Era sempre assim", ela pensou. Naquela rua nunca havia sinal, e nunca havia tido.
Era uma rua longa, e ninguém nunca havia saído de lá. Lá, naquela rua, eles tinham tudo o que precisavam para sobreviver. Ninguém nunca ousava sair de lá, e quem o fazia, nunca mais voltava.
Quando começou a escurecer, a jovem moradora, comovida pelo desespero do motorista, o convidou para dentro, e nem percebeu a fúria sussurrada da Rua no vento.
Durante um chá quente, ela lhe contou tudo sobre a Rua, e que o havia salvado da morte. Preparou-lhe uma cama e lá ele dormiu durante a noite. Depois dos pesadelos, a manhã veio e com ela outras se seguiram.
Anos se passaram, e como sempre, todas as vezes que algum carro entrava na Rua, todos os moradores se escondiam em suas casas e só escutavam os gritos.
Ele nunca ousou sair de lá, e com o tempo, motorista e moradora se apaixonaram.
Decidiram fugir, pois Rua, avenida ou viela nenhuma impediria o amor dos dois. Chamaram todos os moradores e explicaram sua situação. Nem todos, porém vários se comoveram e decidiram ajudá-los.
O plano era o seguinte: de madrugada, todos sairíam de suas casas e ajudaríam os namorados a levar o carro ladeira acima. Todos estavam conscientes do risco daquela tarefa, mas não podiam deixar que a Rua acabasse com o destino dos dois.
No dia, enquanto subiam a ladeira com o carro, perceberam um barulho, que aumentava mais com o tempo. Com tudo escuro, nada enxergavam, apenas continuaram a levar o carro.
Até que viram.
A luz dos faróis quase os cegaram. No começo da rua, entrava um carro, mais uma vítima, em altíssima velocidade, sem saber que estava indo para a Rua-sem-saída. Ambos os carros bateram, e juntos desceram a colina, matando muitos dos moradores da Rua.
Na descida, o motorista calvo conseguiu se esconder em uma casa, vivo, porém ferido e sangrando, chorando aos prantos pela provável morte de sua amada, até que ouviu o barulho.Quando saiu, viu que a parede da Rua sem saída havia sido quebrada, e todos os moradores saíram em direção a liberdade.
Viu sua amada morta, e chorou. E, sem saber por que, foi em diração ao começo da Rua.
Lá chegando, viu todos os moradores que haviam fugido cruzando a esquina e entrando novamente na Rua.
"Não, voltem!" Gritou ele. "É uma armadilha! Vocês voltaram para a Rua!"
Mas ninguém o ouviu. Estavam cegos pela idéia de liberdade.
Ele continuou seu trajeto até o começo da Rua, sem nem saber porque o fazia, e quando percebeu, tinha voltado a Avenida onde seu carro tinha começado a dar problema.
Olhou no relógio: 13:45. Era uma segunda-feira.
Chorou. Chorou por ter sáído daquele pesadelo, por sua amada, pelos moradores, por sua vida.
Com seu sangue, esqcreveu no muro da esquina:
"RUA-SEM-SAÍDA ->"

Acontece que choveu aquele dia, e o aviso sumiu para sempre, junto com a Rua-sem-saída.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Caneca jóinha!

Ok, eu ganhei um selo.
E não minto, estou felicíssimo. Porém sinto dizer que não tenho ninguém para quem passá-lo.
É, eu sei, é uma vergonha de minha parte. Mas fazer o quê, é a vida não? Um dia nós temos blogs para indicar, no outro não, e por aí vai...

De qualquer forma, muito obrigado, http://www.ocatadordeconchas.blogspot.com/ pela indicação!

Ontem, enquanto eu assistia pela 15ª vez o Fabuloso Destino de Amelié Poulain, eu começei a pensar em quais são as coisas simples e (aparentemente) bobas que eu gosto e desgosto de fazer. Vamos lá.

Eu gosto de:
1 - Cheirar o pote de Toddy.
2 - Sentir diferentes texturas nos produtos do supermercado.
3 - Segurar a caixinha de Caldo Knorr (é porque ela é quadrada, sabe...)
4 - Me cobrir inteiramente quando está muito frio e ter algo próximo de um ataque epilético debaixo do cobertor.
5 - Assistir a filmes muito antigos em preto-e-branco
Eu não gosto de:
1 - Imaginar-me mordendo papelão
2 - Segurar folha de jornal
3 - Esperar o elevador com um vizinho cujo você não possui assunto nenhum (nem mesmo o tempo...)
4 - Ir ao cinema com mais de 5 pessoas
5 - Calça Jeans

Informações inúteis, porém necessárias (leia-se: nunca me dê uma calça jeans de presente).